quinta-feira, 7 de maio de 2009

Museu Calouste Gulbenkian e Museu de Arte Brasileira-MAB



Ao pensar em um conceito para museu de artes, ICOM- International Council of Museunms diz que é: “uma instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa e expõe objetos de caráter cultural e científico, para fins de estudo e entretenimento”, já Rosa (2006) escreve que é “um conjunto das obras de um período ou espaço, resultantes da capacidade que o ser humano tem de criar, interagir e expressar o mundo transformando-o em linguagens significativas” e Bourdieu “pondera que os museus abrigam tesouros artísticos que se encontram, ao mesmo tempo, abertos a todos e interditados à maioria das pessoas”.
Com esses conceitos, busco neste trabalho a conhecer, a mostrar e comparar dois grandes museus de artes: Museu Calouste Gulbenkian, situado em Lisboa – Portugal e Museu de Arte Brasileira – MAB, situado em São Paulo- Brasil, sendo o primeiro guarda obras adquiridas por um homem colecionador, que “recolhia objetos exóticos, pinturas, esculturas, recordações de viagens, e os exibia em sua casa”(Rosa, 2006, p.55), e o segundo de um homem que em seu testamento já deixava expresso seu desejo de criação de um museu.
O museu habita o imaginário popular como um lugar cheio de raridades, mistérios e obras de arte dos quais a comunidade pensa estar longe de conhecer um dia. Um lugar para intelectuais, doutores e ricos curiosos, pessoas de cultura(culta), onde o povo não entende quase nada e não saberia explicar as peças antigas que enfeitam paredes e salas. A cultura não é um privilégio natural, mas é necessária, e bastaria que todos possuíssem os meios para dela tomarem posse, para que pertencesse a todos (Bourdieu, 2007). No Brasil, o museu ainda é visto como algo inacessível e sem necessidade na formação da cidadania e da identidade brasileira. Porém, encontramos na Internet os esforços dos museus de se colocarem virtualmente e atenderem essa nova modalidade de acesso aos acervos de peças e documentos, deixando assim de ser um mimo apenas para pessoas “cultas”.
Os museus Calouste Gulbenkian e a MAB também aderem a essa geração virtual, colocando suas obras à disposição de todos, em sites criados na Internet com navegação facilitada por divisão de temas, aproximando-se do museu verdadeiro. Ao acessar o site do Museu Calouste Gulbenkian, percebe-se que esse é de característica histórica, orientado por uma sistematização cronológica e geográfica que determinou, dentro de um percurso geral, dois circuitos independentes. O primeiro circuito é dedicado à Arte Oriental e Clássica e evolui através das galerias da Arte Egípcia, Greco-Romana, Mesopotâmica, do Oriente Islâmico, Armênia e do Extremo-Oriente. O segundo percurso é dedicado à Arte Européia, com núcleos dedicados à Arte do Livro, à Escultura, Pintura e Artes Decorativas - esta última com especial destaque para a arte francesa do século XVIII e para a obra de René Lalique. Já o MAB, um museu de arte, é dividido por tipos de obras: pinturas, esculturas e exposições temporárias. E m algumas paredes e teto possui alguns vitrais como obra. Ambos dos museus foram construídas depois da morte de seus idealizadores, mantendo a fidelidade de seus sonhos, projetos e testamento.
Como escreve Pierre Francastel, é surpreendente o número de homens inteligentes que não veem as formas, nem as cores – enquanto outros, poucos cultos, têm uma visão perfeita. Gulbenkian e Penteado estão nestes pouco homens que veem além das formas, cores, possuem amor pela arte, uma paixão ilimitada que conseguem transmitir através dos museus. Conseguem, num emaranhados de obras, de artistas e classes diferentes, transformar o “museu em um espaço onde o visitante sonolento é intimidado a reagir em contato com as sublimes”, num imã turístico despertando a curiosidade histórica e artística. Gulbenkian projetou um museu que “tem o privilégio de falar a linguagem de época, a linguagem da imagem, linguagem inteligível para todos e a mesma em todos os países”.
Quem quiser conhecer um pouco mais sobre os museus pode acessar os sites abaixo:
http://www.faap.br/museu/museu.htm#
http://www.museu.gulbenkian.pt/museu.asp?lang=pt


Referência:
BOURDIEU,Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento, Porto Alegre, Editora Zouk, 2007


BOURDIEU,Pierre. O Amor Pela Arte: museus de arte na europa e seu público, Porto Alegre, Editora Zouk, 2003


ROSA,N. S. S; SCALÉA,N.S.Arte-educação para professores: teorias e práticas na vsitação escolar, Rio de Janeiro: Pinakotheke,2006.


CARVALHO,Vilmar. Museu, História e Educação. Disponível em: Acesso em: 9 abr. 2009


Fundação Calouste Gulbenkian. Disponível em: Acesso em: 9 abr. 2009


Museu Calouste Gulbenkian. Disponível em: Acesso em 29 mar. 2009


Wikipédia: Calouste Gulbenkian. Disponível em: Acesso em 20 abr. 2009


Museu de Arte Brasileira. Disponível em: Acesso em 29 mar. 2009


Wikipédia: Armando Alvares Penteado. Disponível em: Acesso em 20 abr. 2009


Fundação Armando Alvares Penteado. Disponível em: Acesso em: 9 abr. 2009

Um comentário:

  1. Eu gostei muito desse trabalho aqui, mas aquele final com os homens que tem uma visão perfeita tem que ser problematizado!

    o que é "visão perfeita"?? não podemos esquecer que essa idéia de visão perfeita varia de sociedade para sociedade e de época para época...

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