domingo, 3 de maio de 2009

MUSEU PAULISTA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (IPIRANGA)

O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, conhecido como Museu do Ipiranga, é um museu brasileiro localizado na cidade de São Paulo, sendo parte do conjunto arquitetônico do Parque da Independência. É o mais importante museu da Universidade de São Paulo e um dos mais visitados da capital paulista.
Construído em cinco anos, de 1885 a 1890, o prédio do Museu Paulista da Universidade de São Paulo foi projetado pelo engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio e, desde o início do século, é reconhecido como “lugar de memória nacional”. A construção em estilo renascentista, técnica empregada foi basicamente a da
alvenaria de tijolos cerâmicos, uma novidade para a época (a cidade ainda estava acostumada a construir com taipa de pilão).


Museu doIpiranga em
1902
Foto de Guilherme Gaensly








Museu do Ipiranga atualmente
Foto por Silvio Tanaka

Reúne um acervo de mais de 200 mil peças entre utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos provenientes de escavações arqueológicas, de instituições e corporações; instrumentos de trabalho, armas, veículos, numismática, filatelia, esculturas, pinturas, gravuras, fotografias, cartografia, manuscritos e impressos. Pela excentricidade, chamam à atenção dos visitantes as carruagens do século XVIII, as mechas de cabelo da Marquesa de Santos, as armaduras, armas, trajes de gala e vestidos de festas, além de uma maquete da bucólica São Paulo antiga, datada de 1841. O acervo do Museu Paulista tem sua origem em uma coleção particular reunida pelo coronel Joaquim Sertório, que em 1890, foi adquirida pelo Conselheiro Francisco de Paula Mayrink, que a doou, juntamente com objetos da coleção Pessanha, ao Governo do Estado. Em 1891, o presidente do Estado, Américo Brasiliense de Almeida Melo, deu a Albert Löfgren a incumbência de organizar esse acervo, designando-o diretor do recém-criado Museu do Estado. As coleções, ao longo dos mais de cem anos do museu, sofreram uma série de modificações com o desmembramento de parte de seus acervos e incorporações. O acervo do museu se encontra tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Hoje, o visitante que for ao Ipiranga se deparará com exposições sobre a imigração japonesa para o Brasil, sobre a construção do mito dos bandeirantes, etc. Mas verá também obras clássicas como o famoso quadro do Grito, o qual ocupa o salão nobre do museu. Além das áreas de exposição pública, o Museu é um centro de excelência nas áreas deArqueologia, Etnologia, Geografia e História. Seus estudos estão voltados para a formação da sociedade brasileira, do século XV até meados do atual, com predominância do período 1850/1950. Possui uma biblioteca com 70 mil livros, alguns raros exemplares de cunho histórico e um setor de Publicações e Vendas. A ala mais procurada é o Salão Nobre, onde está o quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo de 1888. Além das mostras permanentes e temporárias, oferece cursos, seminários e estágios em áreas educacionais. O projeto arquitetônico de Gaudenzio é de 1882 e a proposta inicial era “marcar” para a posteridade o lugar onde ocorrera, em 1822, o Grito da Independência (embora haja controvérsias sobre a localização exata). Nota curiosa é que, na construção do conjunto, uma gigantesca movimentação de terra foi realizada para que a colina ficasse mais clara e o edifício do museu restasse majestoso no seu topo. A topografia da área era bastante diferente do que se vê hoje.

A escadaria do museu tem um imenso valor simbólico ao povo paulista. A escadaria propriamente dita representa o
Rio Tietê, que foi o ponto de partida dos Bandeirantes rumo ao interior do país. E no corrimão estão colocados esferas com águas dos rios desbravados pelos paulistas entre os séculos XVI e XVIII, como por exemplo o Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Uruguai e o Rio Amazonas. Nas paredes do ambiente estão estátuas dos heróis bandeirantes, como Borba Gato e Anhangüera com as regiões por onde eles passaram mais notoriamente, que se localizam nos atuais estados desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas. Sendo precedida pelas duas estátuas maiores no salão principal dos dois principais bandeirantes, Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias Paes. E ao centro representado D. Pedro I, como herói da Independência. Junto as estátuas existem pinturas representando a participação paulista em diversos momentos da história brasileira, como o ciclo da caça ao índio, o ciclo do ouro e a conquista do amazonas. Acima existem nomes de cidades e seus respectivos fundadores paulistas pelo Brasil, como Brás Cubas e Santos. E no teto pinturas de paulistas importantes na história do país, como o patriarca da independência José Bonifácio. O edifício, com seus 62 salões, ocupam uma área de 6.400 metros quadrados. Está localizado dentro do Parque da Independência, uma área aberta de 16,1 hectares na principal entrada do bairro do Ipiranga, entre a avenida D. Pedro e Rua Padre Marchett, limitada a leste pelo rio Tamanduateí e a oeste pelo Riacho do Ipiranga. Nesta área, outros importantes marcos históricos como o Monumento da Independência (inaugurado em 1922 para saudar o centenário da Independência), a Casa do Grito uma casinha de taipa que fica na lateral do Parque da Independência nunca foi contemporânea da proclamação da independência, mas, pelo fato de estar no famoso quadro de Pedro Américo, acabou entrando para a história. Também dela há uma exposição bacana. Em frente ao edifício - que jamais foi, como pensam alguns, residência de ninguém, muito menos do imperador Pedro I - há um imenso jardim a moda francesa, com fontes e chafarizes, que se estende por toda a colina e culmina às margens do riacho Ipiranga no monumento à Independência. Debaixo do monumento há a cripta onde estão os restos mortais de Pedro I, e também uma exposição interessantíssima sobre a construção do monumento e do edifício do museu.

Fonte do Jardim
OBRA DO MUSEU:

"INDEPENDÊNCIA OU MORTE" ou "O Grito do Ipiranga" de Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888). O quadro feito em 1888, atualmente no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a principal obra do museu e a mais divulgada de Pedro Américo. O nome original dessa tela é "Independência ou Morte", mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga". A tela mede 7,60 x 4,15 m, tratando-se de uma tela retangular que representa a cena de Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Na tela também aparecem: -à direita e à frente do grupo principal, em semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; -à esquerda, e em oposição aos cavaleiros,
está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curiosamente. -Essa obra foi encomendada pelo governo imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o Museu do Ipiranga existisse, e foi completado em Florença em 1888. O artista se preocupava em estudar todos os detalhes de seus quadros, como roupas, armas e os tipos físicos das pessoas. Para a produção deste quadro, ele se dirigia freqüentemente ao bairro do Ipiranga para conhecer-lhe a luz, a topografia e outros aspectos.
Algumas curiosidades sobre a obra:
Enquanto a independência do Brasil foi proclamada em 1822, Pedro Américo só foi terminar de pintar o quadro em 1888, em Florença, na Itália. A comissão de Dom Pedro não era tão grande como pinta o quadro. Dom Pedro não estava montado num imponente cavalo. Para viagens longas os animais usados eram jumentos e mulas. Nem dom Pedro nem a comitiva que o acompanhava, vestiam os uniformes de gala que estão na foto.

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