quinta-feira, 30 de abril de 2009

Museu de Arte Islâmica e Turca

“ Para o Islã, embelezar o mundo é divinizá-lo “


O Museu de Arte Islâmica e Turca, localiza-se em Istambul, na Turquia. A Turquia é um país euro-asiático. Esta dualidade o torna um país fascinante e ao mesmo tempo instigante para nós ocidentais. O edifício do museu foi construído em 1520, como presente do Sultão Suleyman para o Vizir Ibrahim Pasha. Exibe quase todos os períodos e tipos de arte islâmica, tendo uma coleção que excede a quarenta mil peças.
O termo “arte islâmica”, não significa, uma manifestação artística que tenha por finalidade render o culto à fé. Mas sim, uma unidade criativa de arte e arquitetura características de uma civilização que dominou grande parte do mundo durante muito tempo.
A cultura islâmica tem como suporte a religião e para compreende-la, nós, como “público ocidental,”precisamos ter um conhecimento prévio do pensamento islâmico. Segundo Bourdieu, a informação é a ferramenta que permite a apreciação, criando um “gosto”, concedendo à “nós ocidentais” a apropriação desta arte com uma cultura onde religião e política estão interligadas.
A história cultural do islamismo no ocidente foi moldada pelas experiências dos imigrantes muçulmanos nas sociedades que os acolheram e em grande parte influenciada pela realidade social de incorporação. E nós como expectadores, “reinterpretamos”, segundo Bourdieu, em função da estrutura de campo de recepção e por esta razão , um gerador de mal entendidos colossais. Por exemplo: Precisamos compreender que Islão é uma religião e todos os seguidores do “Islamismo”são chamados de muçulmanos. E muçulmanos, podem ser Árabes, turcos, Persas, Indianos, Paquistaneses ou de outras nacionalidades. E para podermos interpretar e apreciar a arte islâmica, não podemos separá-la da religião, que para eles, é um completo caminho da vida, pois envolve todos os aspectos desta. Por conseguinte, os ensinamentos do Islão, não podem separar, religião, política, educação, arte. Todos estão interligados. Por esta razão, nas artes plásticas, a pintura e escultura não contaram com grande desenvolvimento pela proibição de se representar formas vivas.
As grandes coleções de “arte islâmica”, situam-se frequentemente no mundo ocidental, como o Museu do Louvre, Museu Britânico, no Museu Islâmico de Portugal, na Espanha e outros.
No Museu de Arte Islâmica e Turca poderemos ver as seguintes seções: Tapetes: A seção de tapetes é muito rica. Estão alguns dos mais antigos tapetes do mundo, tapetes raros Seljuk, tapetes para oração e tapetes com figuras de animais datando do século XV, tapetes da Anatólia datados entre o século XV e XVII, tapetes Iranianos e Caucasianos e amostras de tapetes dos palácios. Trabalhos em madeira: A parte mais importante desta coleção é a arte em madeira da Anatólia trabalhados em madrepérola, marfim e conchas , datados do Império Otomano, capas para o alcorão, prateleiras e gavetas. Trabalhos em pedras: Arte trabalhada em pedra dos períodos Emevi, Abbasi, Memluk, Seljukas e otomanos com motivos de caça, figuras como esfinge, dragão.
Cerâmicas e vidros: Nesta seção voce poderá ver cerâmicas do perúodo Islâmico e peças que pertenceram aos principados de Anatólia, azulejos e peças em vidro desde o século IX até o séculoXV. Escritas e Caligrafia : O museu exibe Alcorões do século VII ao século XX. Coleção de raras caligrafias, livros, papeis imperiais com assinaturas Otomanas e escritas em miniatura Turcas.
Metal: Arte do Império Seljuca, as fechaduras da mesquita de Cizre Ulu, candelabros datados do século XVI até o século XX. Também ornamentos em bronze com pedras preciosas, cristais, velas, potes de água de rosa e incensários.

Etnografia: Tapetes e teares Kilins de várias regiões da Anatólia, técnicas de pintura em lã, tecelagem, roupas regionais, peças usadas em casa, barracas de nômades e peças feitas a mão.
Dos países de tradição islâmica, salientam-se as coleções do Museu Islâmico do Cairo. Foi inaugurado em 2008 em Qatar, o maior museu de arte islâmica do mundo, numa área de 35 mil metros quadrados. A República Islâmica é famosa pelos célebres tapetes persas. O Irã , também possui uma arquitetura magnifica, maravilhosos palácios com azulejos e monumentos pré-históricos, trabalhos em cerâmica, jóias em prata e âmbar, peças esmaltadas e pintadas a mão. O artesanato é executado com técnicas ancestrais.
Isfahan é uma antiga cidade de tesouros, sua construção remonta ao século II a.C. Por ser uma cidade muito bem conservada é visitada por turistas, arquitetos e historiadores do ocidente.
A coleção Aga Khan toma naturalmente em conta a importância do Alcorão e dos seus suportes na religião islâmica, atribuindo grande valor a estes manuscritos de luxo, uma espécie de monumento glorioso ao texto revelado.
A “arte islâmica” é uma das mais ricas e expressivas do mundo e a importância da sua tradição na história da arte é imensa.
E nós, como público ocidental, podemos observá-la e nos apropriarmos desta cultura navegando pela história através do “Museu Sem Fronteiras” ou “Museu On-line” no site www.discoverislamicart.org, desenvolvido durante dez anos e financiado em 80% pela União Européia. O projeto envolveu 17 museus e 300 colaboradores e acredita-se que poderá ajudar à abertura ao diálogo político e civilizacional entre as diversas culturas. Está disponível em oito idiomas. E para termos um acesso direto, podemos contar com as agencias de viagens e turismo, que contam com roteiros incríveis e hotéis aconchegantes, com direito a traslado , orientação no vestuário e comportamento nos museus e lugares públicos, especificando também os dias e horários permitidos a visitação.
E finalizando com Bourdieu, que analisa a capacidade diferenciada dos indivíduos de adquirirem o que chama de “disposição estética”,uma competência e inclinação para reconhecer como objetos artísticos e valorizá-los como tais no campo artístico , conclui que é essa mesma “disposição”, que “distingue, diferencia e localiza” o “ator social”(no caso , o público do museu) na hierarquia social. Pois, a pesquisa estabelece que todas as práticas culturais estão estreitamente associadas ao nível de instrução (capital cultural) e secundariamente, a origem social.

Um comentário:

  1. Eba!! a Lu já fez um post bem legal! Parabéns!!! Acho que a gente vai poder incrementá-lo com algumas imagens também, você não acha, Lu? Já aprendeu a fazer isso? Agora vamos todos poder ler as nossas produções, aprendendo bastante sobre os temas que estudamos e também sobre como funciona a comunicação virtual...

    bjss até mais!

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