quinta-feira, 30 de abril de 2009

Museu de Arte de Macau






Museu de Arte de Macau

Para realizar esta pesquisa, foi utilizado o recurso tecnológico da Internet, pois é um meio virtual que possui um vasto contingente de informações.
“Um museu deveria ser um espaço em que o visitante sonolento fosse intimado a reagir em contato com obras sublimes.” Pierre Bourdieu questiona em seu livro “O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público” o acesso aos bens culturais que estão por toda a parte e a nossa disposição que são os museus. Ele dia que o museu é parte integrante de nossos costumes, de nossas crenças. Mas Bourdieu ressalta que a cultura não é um privilégio natural, mas que seria necessário e bastaria que todos a possuíssem os meios para dela tomarem posse para que pertencesse a todos. Essa necessidade cultural é produto da ação da escola, pois a escola atua em indivíduos que possuem uma estrutura familiar, noções de competência artística, ele envolve indivíduos com certa iniciação cultural.
O museu escolhido foi inaugurado em 18 de Abril de 1998, o Museu de Macau fica na Fortaleza do Monte, local de grande significado histórico construído pelos Jesuítas no início de século XVII. Junto à Fortaleza estavam a Igreja e o Colégio de S. Paulo (ou da Madre de Deus), a primeira universidade de tipo ocidental do Extremo Oriente.
Por meio de réplicas e painéis explicativos, o Museu de Macau mostra o percurso histórico e as tradições das diversas comunidades que habitam na cidade desde há séculos. O Museu de Macau desenvolve-se em três patamares:
Gênese de Macau - O 1o piso narra, de forma sucinta e comparativa, o estado das civilizações européia e chinesa antes da chegada de Jorge Álvares ao Delta do Rio das Pérolas (1513), bem como o período do encontro e do importante intercâmbio comercial, religioso e cultural que passou a desenvolver-se ao longo dos séculos.
Artes Populares e Tradições de Macau - O 2o é dedicado à Arte Popular e às Tradições. Quem reparar com atenção nos passatempos, rotinas diárias, ritos e celebrações, notará as diferenças entre as comunidades que aqui têm convivido harmoniosamente, e a miscigenação cultural que se foi operando ao longo do tempo e torna tão rica quanto especial a maneira de viver em Macau.
Macau Contemporâneo - O 3o piso mostra diversos aspectos da atualidade. Um dos espaços é reservado à forma como Macau tem sido retratado por artistas, com destaque para Camões e Camilo Peçanha. Este circuito cultural termina com os símbolos da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China.
A saída do Museu é feita pela Fortaleza, donde pode apreciar-se um bonito panorama da cidade.
O Museu de Arte de Macau situa-se no complexo do Centro Cultural de Macau e está sob a tutela do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Tem uma superfície total de 10.192 metros quadrados, dos quais 4.000 são galerias de exposição. É o maior espaço da Região Administrativa e Especial de Macau dedicado à promoção das artes plásticas.
Integrado numa cidade de características históricas asiáticas e ocidentais, o Museu procura dar voz a essa diversidade, exibindo obras de arte tradicional chinesa, a par de obras capazes de evidenciar as tendências artísticas ocidentais.
O Museu é detentor de um vasto espólio, herdado do antigo Museu Luís de Camões e posteriormente enriquecido com novas aquisições. Particular destaque merecem os achados das escavações de Hác Sá, as cerâmicas de Shiwan , as caligrafias, pinturas e sinetes de Guangdong das dinastias Ming e Qing, os quadros históricos, produzidos em Macau e zonas vizinhas no século XIX e as obras de arte contemporânea (sobretudo pintura, cartazes e fotografia). No seu conjunto, o espólio do Museu de Arte de Macau reflete a história, a cultura e o desenvolvimento das artes plásticas nesta cidade.
O edifício do Museu tem cinco andares e cinco galerias. A Galeria de Caligrafia e Pintura Chinesa e a Galeria de Cerâmica Chinesa situam-se no 4º andar, onde está em exposição permanente uma das mais extensas e valiosas coleções de cerâmicas de Shiwan, entre as quais se destacam, num conjunto de mais de 300 peças, as representações de personagens da cultura chinesa. A Galeria de Pintura Histórica, no terceiro piso, exibe os quadros históricos (China Trade) e pinturas e gravuras de artistas ocidentais que visitaram e retrataram várias das cidades do Sul da China, bem como cenas do quotidiano de Macau. Destacam-se as obras do pintor inglês George Chinnery e do seu discípulo chinês Lam Kua. No segundo piso existe uma ampla sala de exposições, além de outras de menor dimensão situadas no 1º andar.
Para além das exposições permanentes, o Museu realiza exposições temporárias e promove intercâmbios artísticos com outros países e cidades. Destacam-se os projetos em colaboração com Museu do Palácio ou outros museus da china, tais como as exposições: “Maravilhas de uma Época Próspera - Tesouros da Cidade Proibida”, “Exílio Dourado - Expressões Pictóricas da Escola dos Missionários Ocidentais, Obras de Arte na Corte da Dinastia Qing”, ou ainda “A Arte dos Oito Excêntricos de Yangzhou”.
Um dos outros objetivos destes intercâmbios são o de permitir, ao público de Macau e seus visitantes, o contacto com culturas e artes de diferentes países e períodos históricos. É esse o caso de exposições como “Memórias do Passado – A Arte Mexicana Pré-Hispânica”, da “Exposição de Gravuras de Picasso”, ou ainda da mostra “Ícones de Esmalte: 1895-1935”. Finalmente, o Museu organiza exposições capazes de estimular a reflexão sobre a cidade de Macau, revelando aspectos da sua memória e identidade, tal é o caso de exposições como “Macau - Memórias Reveladas” (fotografias dos anos 20-30) ou “Espaço Sereno – Fotografias sobre Macau”.
O Museu tem um auditório bem equipado, com capacidade para mais de cem pessoas, onde têm lugar para seminários sobre exposições, ciclos de cinema e palestras, sobre arte ou estudos arqueológicos. A loja do Museu, situada no 1º andar, vende publicações próprias, além de livros e lembranças típicas de Macau. No último andar existe uma Midiateca, com obras multimídia sobre o espólio artístico exposto no Museu. A Midiateca oferece ainda um serviço de ”Internet” gratuito e possui cabines audiovisuais, onde podem ser apreciados, gratuitamente, mais de quinhentos clássicos do cinema chinês e ocidental. No último andar, há ainda uma Ludoteca. Este espaço é usado para as mais variadas atividades artísticas e, sobretudo, para os cursinhos de arte para crianças.
Com o objetivo de estimular o gosto pela arte e pela cultura, o Museu criou, em um de Novembro de 2001, o Clube dos Amigos do Museu, que permite ao público uma maior acessibilidade às exposições e atividades desenvolvidas.

EXPOSIÇÃO

Exposição Patente que está acontecendo no Museu de Macau de 17 de fevereiro a 6 de junho de 2009, Gravuras Panorâmicas da China do Século XIX, são 47 gravuras sobre paisagens de Macau e da China no século XIX.





Vista sobre a Baía da Praia Grande, Macau

c. 1850
10.5 x 22.5 cm
Pintor desconhecido
Gravador desconhecido
Ponta-seca



Panorâma da Cidade de Macau visto das Ruínas do Convento de S. Paulo.

c. 1850
11 x 15 cm
Desenho de William Heine
Gravador desconhecido




Uma Rua em Cantão

c. 1850
12.5 x 19 cm
Desenhado por Thomas Allom
Gravado por W. H. Capone

Desde meados do século XVI, Macau, com uma cultura única de abertura, tornou-se um entreposto internacional na região Este da Ásia. Como cidade de harmonia e tolerância, abrigou diferentes estilos de vida, línguas, artes e religiões, cada qual com o seu significado e espaço próprios neste pequeno canto do mundo. O seu panorama magnífico atraiu e inspirou muitos pintores ocidentais que, além de expressarem emoções próprias, mostraram nas suas pinturas o estilo peculiar de Macau. Nos seus primeiros tempos, Macau foi à porta de entrada dos ocidentais na China. Em Setembro de 1792, os ingleses enviaram um emissário para as celebrações do aniversário do imperador Qing Gaozong, com o objetivo inconfessado de negociar um tratado comercial com a China. O embaixador inglês George Macartney, faz-se ao mar num navio da marinha real, equipado com 64 canhões e provisões suficientes para o Oriente. Fazia-se acompanhar por um séquito de cerca de cem homens de ofícios diversos como músicos, intérpretes, cartógrafos, artistas, carpinteiros, soldados e criados. A fotografia ainda não existia por isso foram os artistas que foram desenhando tudo o que viam, para manter um registo visual da viagem.


A tripulação chegou a Macau em Junho de 1793 e, um mês depois, Macartney chegava a Pequim, onde era recebido, a 18 de Agosto, pelo imperador Qing Gaozong no Palácio Imperial de Verão, em Yiehe (Rehe). Como Macartney desconhecia o protocolo chinês, ofendeu inadvertidamente o imperador que, no entanto, o tratou com cortesia. Contudo, o imperador recusou o seu pedido de abrir mais portos ao comércio. Em Setembro desse ano, Macartney viajou para o Sul da China e deixou Guangzhou em Dezembro, de regresso à Europa.


Esta foi a primeira missão diplomática da Inglaterra à China, em que o emissário registrou os pormenores da sua experiência de viagem, tendo os artistas desenhado inúmeros locais e pessoas, que depois mostraram aos seus compatriotas. Esta informação fez aumentar a curiosidade dos ocidentais e deu origem a um número crescente de obras sobre a dinastia Qing.


Em 1843 foi publicado em Londres o livro Império Chinês, que continha numerosas gravuras, incluindo paisagens, arquitetura e cenas do cotidiano do mostrando hábitos e costumes do povo chinês.


Com o intuito de dar aos visitantes um conhecimento mais profundo sobre a paisagem antiga de Macau e do Interior da China, o Museu de Arte de Macau selecionou cerca de 50 gravuras das suas coleções. O conteúdo desta seleção reflete as paisagens e os hábitos de vida das populações do Delta do Rio das Pérolas e do Norte da China do século XIX. A exposição chama-se “Gravuras Panorâmicas da China do Século XIX”.

Os trabalhos mostram diferentes cenários tradicionais chineses durante o século XIX, recriando a elegância e o cotidiano prazenteiro e despreocupado característico do charme singular da Baía da Praia Grande; a beleza da paisagem da área costeira do Monte da Guia. Nas gravuras pode observar-se também as manifestações religiosas da população em frente às Ruínas de S. Paulo e a alegria da ópera chinesa perto do Templo de A-Ma. Quando os residentes e os turistas visitarem esta exposição sentir-se-ão sem dúvida em casa.

O Museu de Arte de Macau transmite e tenta promover ao seu público da cidade, e seus visitantes, um maior contato e interesse sobre a cultura e a arte de outros países e também de outros períodos históricos.

O museu procura desenvolver e estimular a reflexão sobre a cidade de Macau.

Bourdieu destaca também que a frequência dos museus é dada a partir do grau de instrução do visitante, sendo ligeiramente mais elevado. Assim jovens que estão cursando uma universidade, são os que mais freqüentam os museus.

O museu procura ainda promover e incrementar o interesse na herança cultural e histórica de Macau, através das exposições.

Com esta pesquisa percebo que o acesso a obras culturais, são privilégios da classe mais culta da população, das pessoas que vão atrás da cultura, que assistem televisão, ouvem rádio e lêem jornal, isto é, estão por dentro de que acontece na atualidade. Mas principalmente para pessoas que possuem um alto poder aquisitivo para poder ir a um bom Museu, pois todos os outros museus que pesquisei e inclusive o Museu de Arte de Macau, cobram para a visitação. Mas em alguns museus pode-se ir gratuitamente nas terças-feiras.


Referências:
http://www.artmuseum.gov.mo/main.asp?language=2
http://portuguese.cri.cn/135/2009/01/09/1s101600.htm
http://www.macaumuseum.gov.mo/htmls/education/edu_port.htm

Um comentário:

  1. ÊEEEEE! Valeu, heim, Camila! Tá ficando bonito esse nosso blog... Espero que você poste mais coisas legais, além dos trabalhos de reflexão artística, notícias, dicas sobre artes por aqui! Também espero que goste do blog do pessoal de reflexão em música! Você já foi lá dar uma espiada?

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